segunda-feira, 28 de setembro de 2009

EU SOU O CARA QUANDO ESTOU CONTIGO!

Do pai o primeiro
Da mãe só mais um
Da tia o "bacorote"
Do irmão o "sonçu"
Da irmã o invejoso
Da primeira escola o baixinho
Da segunda o baixinho também
Dos primos o "taubinha"
Da sala de aula, muitas vezes o número 24
Da bola o trapalhão
Da educação física, a superação
Da bicicleta, o azarado
Do primeiro automóvel, o certinho e bobo!
Do segundo, o apressado
Do terceiro, enfim acertei!
Da primeira casa, ufa! quase que não sai!
Da segunda, por muita insistência!
Da terceira, que cabeça dura, ein?

Da primeira namorada, totalmente platônica!
Da segunda, ainda platônico!
Da terceira, que droga... platônico, não agüento mais!
Da quarta, que fora!
Da quinta, a preocupação dos pais!
Da sexta e última, "o fora" virou oportunidade!
Da primeira gravidez, a moça do pai, a Brenna
Da segunda, veio o espírito forte do Guiga
Da terceira, o amor em pessoa do Ítalo
A primeira grande dificuldade, O trabalho
A segunda, Não conseguir estar em casa quando se quer
A terceira, As tantas viagens

Esse era eu!
Um quase execrado da vida!

Sou saco remendado
Sou punho de rede amarrado
Sou pinico debaixo da cama
Sou um bebe-água
Sou "menino-vei"
Sou leso, sou lento, sou jogral

Mas pra minha sorte te encontrei...
E vi que só dou certo contigo!
Em ti aprendi a tratar meu cinismo!
Tratar até meu orgulho-próprio!
Deixei de ser "um orgulhoso só" e passei a ter orgulho de você!
Contigo, aprendi que "dar certo" é uma questão de insistência!
Com você aprendi que a água, normalmente contorna seus obstáculos!
Com você enxerguei a beleza da vida, das crianças, de ficar em casa sem fazer nada!
Com você amor, eu me vi transformado de uma "besta-homem" em um "abestado de amor"!
Fiquei boçal de ter ti conhecido me vi inebriado nesse desvario!

Teu olhar me seduz
Tua boca me seca
Teu sorriso me constrói
Teu corpo me mata
Você me faz tremer!

E nessa devassidão me achei consumido
Embriaguei-me com o amor que de você exala
Sou um alcoólatra dessa paixão
E desse vício não há mais fuga
Pois nessa densa perdição não há egressão
Mesmo que no delírio de voltar atrás caísse
Não o conseguiria mais
Pois estou cooptado na carne contigo
É muito mais que uma simbiose
Pois dessa relação sou dependente na alma, corpo e espírito

Você é calor e loucura
É cadência e temor
É o desconhecido sendo revelado
Você é tudo que eu sempre careci e que por tanto tempo não notei
Você é arte a ser apreciada
É o brilho da manhã dos meus dias brunos e sem graça
Sem você amor, não haveria esse eu, liberto e franqueado
Mas um simples garoto mimado cheio de pusilanimidade e estresse
Um menino cheio de si e vazio dos outros.

Você me transformou
Em teus braços me tornei homem
Sem você seria o mesmo ossudo de outrora
De pernas finas
E coxas grossas
De cabeça grande
Filho de Raimunda e Jessé, simplesmente um Zé!
Um Zé ninguém do ventre crescido
Cheio de vermes e outros males
Seria dado à fraqueza
E nessa certeza seria pela morte logrado
Da velhice seria amigo mesmo ainda em tenra idade
Seria um nada
Um tiquinho de gente
Um trocinho qualquer

Assim hoje, agora e sempre, quero dizer pra todo mundo ouvir que
Te amar me fez bem
Me faz bem
Te amar me faz Zen
Te amar é minha maior carência
É minha precisão
Sou um eterno escravo desse amor, e com prazer o sou!

A PREGUIÇA

Cinco horas
De manhã
O azul do céu a cintilar
Cai o orvalho
Como se fosse chuva
Vem aliviar o calor
Horrendo chuveiro
Entre os espinhos me chacina
Molho o corpo pra alertar
Apinhado de cheiro me vejo agora
Depressa corro e me arrumo
Como é difícil o lidar

Olho no canto
E te vejo ali
Tão cansada do dia-a-dia
No meio da preguiça matinal
Encanto belo da menina
Que se fez vida em mulher
Espreguiçando até tremer
Você geme, que dor!?
Não há mais nada a fazer
É preciso lidar

Já vou no segundo café
Quando você se levanta
Cheia de ginga de preguiçosa
A passos curtos segue ao banho
Pena dá! e muita!
Mas precisamos continuar
Após a chuveirada
O frio vem
Vem sem graça, mas faz bem
Bem depressa pra acordar
Pois é preciso lidar

Cama companheira
Preguiça ardilosa
Quem mediria os teus encantos?
Quem resiste aos teus prantos
Tuas carícias são profundas
Nuanças mil de um sonho bom
É pesar de mil almas
Sair da tua companhia
É loucura da vida de ultimamente
Essa vida de lidar